Merece aplausos o Parlamento Brasileiro por fazer avançar o PL 79 que, em síntese, propõe a mais relevante reforma microeconômica do setor desde a promulgação do seu marco legal e a desestatização das telecomunicações.
As alterações legais buscam modernizar o arcabouço normativo e são fundamentais para equacionar dúvidas e incertezas que têm desestimulado a realização de investimentos essenciais para a expansão e atualização tecnológica das redes de telecomunicações.
Além das possíveis implicações negativas sobre toda a cadeia de serviços de telecomunicações e setores econômicos afetos, o notório descompasso entre o modelo de concessões da telefonia fixa e a realidade de convergência tecnológica vigente implica ineficiente alocação de recursos que poderiam ser empregados em ações relacionadas à inclusão digital e à universalização do acesso à internet em banda larga.
Nesse tocante, o PLC 79/2016 prevê que as concessionárias que optarem por adaptar seus instrumentos de outorga deverão reverter em investimentos o valor econômico associado à alteração do regime de exploração. Isso representa importante alternativa para endereçar a conhecida necessidade de infraestrutura de acesso e de transporte, essenciais para viabilizar a universalização e massificação da banda larga fixa e móvel, em particular nas regiões mais carentes e remotas, com destaque para o Norte e o Nordeste brasileiros.
Após 22 anos da promulgação da Lei Geral de Telecomunicações, faz-se necessário alterar o marco legal para colocar a banda larga no centro da política pública. O projeto de lei abre uma importante janela para isso. Esse não é o PL da Teles, mas sim da Internet em Banda Larga.
* Leonardo Euler de Morais é presidente da Agência Nacional de Telecomunicações.
Liminar foi concedidas ao Ministério Público do Trabalho da cidade paulista para impedir atos de abuso de poder hierárquico contra os atendentes de call centers.