Os pais precisam ouvir mais e falar menos. Essa é uma recomendação de Segurança da Informação feita pelo pesquisador de ameaças na Trend Micro e fundador da comunidade de segurança da informação Mente Binária, Fernando Mercês, em entrevista à CDTV, do Convergência Digital, depois da realização do DISI21, evento organizado pela RNP, por meio do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS). Mercês deixou claro que é 'preciso baixar a bola e entender que segurança é educação de base.
"Quando uma criança vai sair pela primeira vez sozinho de casa, ele recebe uma série de orientações como não entrar em carro de desconhecido, não aceitar nada de desconhecido, não falar com desconhecido na rua. Na Internet, esse trabalho também precisa ser feito para o bem da criança. E cabe aos pais. Hoje a Internet não é mais uma ferramenta que está acontecendo. Ela é o ar que respiramos", destaca.
Com relação aos jovens, Mercês diz que a engenharia social existe até porque muitos deles não têm noção da relevância das contas feitas para jogar online, exemplifica. O especialista lembra que uma conta é um conjunto de identificação e, hoje, a maioria dos jogos exige informações até para salvaguardar a sua própria imagem se houver danos a terceiros. "Mas essa conta pode ser valiosa se o jovem ganhou prêmios, ela tem todo o histórico da criança. Mas será que ela sabe o porquê de ter uma conta? por que ter um usuário e senha? ou o faz simplesmente para superar um obstáculo e jogar? Essas informações são muito relevantes", adiciona. Para o especialista, cabe aos pais ensinar e aprender com os filhos a responsabilidade do uso da Internet. Assistam a entrevista com Fernando Mercês.
"Tem uma série de regras de educação, valores da família, formas de se comportar que não valem só para o jogo, para a rede social, valem para a vida”, diz a professora e psicoterapeuta, Ivelise Fortim.
"Vamos ouvir mais do que falar. Os pais precisam fazer os filhos falarem como atuam na Internet. É uma aprendizagem mútua e necessária", recomenda a analista de segurança Miriam von Zuben.
É imperativo que se trate a Internet como um lugar real e que se responsabilize as pessoas pelos seus atos para evitar os ataques, observou a especialista em comportamento e psicopedagoga Érica Alvim.
"Há milhares de aplicações positivas na Internet. O segredo é educar e conscientizar", sustenta o gerente de segurança do CAIS/RNP, Edilson Lima.
Em sua 15ª edição, o Dia Internacional de Segurança em Informática, promovido pela RNP, discutiu como a prevenção é fundamental em tempos de crianças e adolescentes hiperconectados.
País é o 25º em 32 países analisados em estudo produzido pela Microsoft. Por aqui, 41% acham que ataques e desinformações cresceram com a pandemia, enquanto 26% apontam que atitudes melhoraram.